'Lilo & Stitch' justifica existência de adaptação graças a ótima jovem heroína e clima havaiano; g1 já viu
22/05/2025
(Foto: Reprodução) Com Maia Kealoha e elenco certeiro, filme que estreia nesta quinta-feira (22) no Brasil é melhor refilmagem com atores de desenhos da Disney em quase uma década. O novo "Lilo & Stitch" é a melhor refilmagem com atores de uma animação da Disney em quase uma década. Baseada no desenho de 2002, é uma das poucas adaptações do estúdio que de fato justificam sua existência – graças à escalação fundamental da versão em carne e osso de sua jovem protagonista e à beleza do cenário havaiano.
A adaptação, que estreia nesta quinta-feira (22) nos cinemas brasileiros, simplesmente já nasceria morta sem a escolha da estreante Maia Kealoha como sua Lilo da vida real. Com o apoio de um elenco certeiro, a pequena dá vida a algo que poderia ser apenas mais um exemplar da longa lista de refilmagens dispensáveis de obras do estúdio.
Infelizmente, tantos erros ou resultados medianos em sequência como "Branca de Neve" (2025) ou "A pequena sereia" (2023) claramente deixaram a Disney mais reticente em relação ao gênero.
Tal hesitação talvez explique os claros limites de orçamento nos efeitos visuais. O alienígena fofinho e encapetado do título está ótimo. O mesmo não pode ser dito sobre as demais criaturas extraterrestres da história.
Assista ao trailer de 'Lilo& Stitch'
Inocência caótica
Apesar de algumas pequenas mudanças, a maioria delas para a melhor, a história continua a mesma. Nela, um pequeno monstro alienígena criado para a destruição foge para a Terra e se aproxima de uma garotinha (Kealoha) para se proteger de agentes enviados para capturá-lo.
O roteiro dos novatos Chris Kekaniokalani Bright e Mike Van Waes segue bem o que deu certo no original, como a inocência caótica – ou o caos inocente – da relação entre os protagonistas, e aprimora a construção da família no centro da trama.
Sem as liberdades de um desenho animado de 2002, o enredo se fortalece pela obrigação de fazer um pouco mais de sentido.
A narrativa inicial sobre amizade e irmandade é então desenvolvida para uma parábola sobre comunidade como um todo – uma na qual laços familiares não se limitam a ligações genéticas (ou sequer planetárias).
No meio tempo, o novo "Lilo & Stitch" ainda faz homenagens à animação, com participações de atores notáveis do elenco de dubladores, como Tia Carrere e Amy Hill, em novos e importantes papeis.
No fim do dia, no entanto, o filme nunca daria certo sem encontrar a notável Maia Kealoha para encarnar a solitária, energética e sonhadora Lilo. Aos 8 anos, a garota tem tudo para ter longa carreira em Hollywood se desejar.
Ao seu lado, a também pouco conhecida Sydney Agudong segura o rojão de um papel como o da irmã mais velha Nani, jovem que precisa assumir a responsabilidade após a morte dos pais.
Maia Kealoha em cena de 'Lilo & Stitch'
Divulgação
O segredo do gênero
Tanto brilho de carne e osso torna os defeitos da computação gráfica usada nos alienígenas ainda mais gritantes – ainda mais em contraste com a beleza natural do Havaí.
Stitch está ótimo e vai vender um zinquitilhão de bichinhos de pelúcia, mas personagens importantes como os antagonistas enviados para capturá-lo nunca superam a lembrança de uma animação de videogame em baixa resolução.
Nada que comprometa totalmente o resultado final, mas é difícil não imaginar como o filme poderia ficar se a Disney tivesse um pouco mais de fé em sua própria tentativa de requentar uma propriedade antiga.
Desde "Mogli - O menino lobo", o estúdio não conseguia que suas refilmagens mereciam de fato existir – mesmo com alguns sucessos.
"Lilo & Stitch" mostra que não é preciso todo o dinheiro do mundo para que isso aconteça. Talvez seja apenas o caso de uma criança adorável como protagonista e a história certa. Vai saber.
g1
Maia Kealoha e Sydney Agudong em cena de 'Lilo & Stitch'
Divulgação